Quem nunca ouviu “engole o choro”, “é feio chorar”, ou “não pode ter raiva”. Claro que muitas vezes essas frases são ditas não por mal, mas talvez pelas próprias dificuldades em lidar com as emoções.
Somos ensinados que não devemos falar sobre nossas emoções, e desde crianças nos ensinaram que não devemos chorar ou ficar com raiva.
Como Freud observou em O Mal-estar na Civilização, o aparelho social tem tentado impor normas para conter o excesso emocional que emerge, como ondas, de dentro de cada um de nós. Apesar dessas pressões sociais, as paixões muitas vezes solapam a razão e grande parte da vida emocional é inconsciente; e os sentimentos que se agitam dentro de nós nem sempre cruzam o limiar da consciência. Reprimimos nossas emoções e acabamos nos tornando adultos que não sabem gerir de forma assertiva nossos estados emocionais.
Quando um sentimento é reprimido nem sempre é a razão que governa nossas ações e os impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossos sonhos e nossas ações.
Essas emoções que ficam abaixo do limiar da consciência podem ter um poderoso impacto na maneira como percebemos e reagimos, embora não tenhamos ideia de que elas estão atuando.
Assim, tais impulsos irracionais são capazes de trazer à luz instintos e necessidades que estão profundamente enraizados dentro de nós. Por isso não é estranho que emoções e sentimentos reprimidos acabam se expressando por problemas psicossomáticos, ou seja, problemas no corpo.
No entanto, o alívio emocional é fundamental para o nosso bem-estar psicológico e físico, entrar em contato com essas emoções e expandir nosso vocabulário emocional é um exercício profundo de auto-conhecimento.
Sim, às vezes uma cartasse se faz necessária, digo às vezes pelo vício de linguagem. Penso na verdade que quase sempre.
Jéssica Mira
Temos aqui a obra de arte intitulada "Expresse os sentimentos de tristeza". pelo artista Khalil Chistee, um artista paquistanês que é indicado por alguns especialistas como sendo um dos próximos grandes artistas do subcontinente. Chistee acredita que a arte deve servir como um veículo de transformação e não somente de decoração. “A arte visa aprender a lidar com a vida. E pode ajudar a desenvolver uma compreensão profunda de suas próprias experiências”. Mais Psicanálise impossível!
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